quarta-feira, 13 de junho de 2012

34 aves aparecem mortas e outras três são resgatadas na Ilha de Itaparica

34 aves aparecem mortas e outras três são resgatadas na Ilha de Itaparica





 
34 aves da espécie pardela-de-sobre-branco (Puffinus gravis), pertencentes à família dos petréis, apareceram mortas em praia de Mar Grande, na Ilha de Itaparica. Outras três foram resgatadas pela Organização Socioambientalista PRÓ-MAR e estão recebendo os cuidados desde a última segunda-feira (11). Os animais estavam muito debilitados e foram socorridos pela ONG, conforme orientações do Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Eles ainda se encontram na sede da PRÓ-MAR aguardando remoção pelas entidades responsáveis. 
 
De acordo com o vice-presidente da PRÓ-MAR, James Campbell, os animais foram encontrados por pescadores locais, que indicaram a localização destes para a equipe da ONG. “Nós resgatamos as aves e estamos fazendo o possível para recuperá-los. Só que não possuímos veterinários na nossa equipe. Já entramos em contato com os órgãos responsáveis, mas nenhum pode vir buscar os animais. Estamos tendo muita dificuldade para encaminhá-los”, explicou.
 
"Da Ilhota até a Penha você se assusta com a quantidade de aves mortas. Contabilizamos 34, mas, com certeza, este número é infinitamente superior, pois várias já devem ter sido levadas pelo mar", alarmou o mergulhador científico da PRÓ-MAR, José Carlos, que fez os registros fotográficos e coletou os animais para enterrá-los.
 
Segundo o biólogo Dimas Gianuca, do Projeto Albatroz, essas aves se reproduzem em ilhas remotas do Atlântico Sul durante a primavera e o verão, para depois realizar uma migração para o Atlântico Norte no outono, tendo a região Nordeste do Brasil como via de acesso. “A aparição destes pássaros é resultado do movimento migratório que ocorre no outono. De abril a junho essas aves devem aparecer com mais frequência e maior abundância no alto mar do Nordeste do País”, explicou, trazendo a informação de que eles somente pisam em terra para reproduzir, pois quando não estão voando, estão pousam sobrea água, inclusive para dormir
 
Ainda conforme o biólogo, o petrel pardela-de-sobre-branco é uma das espécies que mais interagem com as pescarias e, por conta disso, acabam se expondo a incidentes. “Eles se agregam em volta das embarcações, buscando descartes de pesca e iscas dos anzóis para se alimentar. Nessa atividade, às vezes acabam se prendendo a redes e se afogando ou se machucando com o próprio anzol. Portanto, esses animais mortos e debilitados podem simplesmete não terem resistido à migração ou podem estar sendo impactados por alguma arte de pesca na região”, comentou Gianuca.
 
A PRÓ-MAR já entrou em contato com a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (COPPA), Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), Zoológico de Salvador, mas nenhuma destas entidades possuíam veículo disponível para a busca.”Não sabemos mais como proceder. Se eles continuarem aqui, provavelmente irão morrer como os outros”, lamentou James Campbell.

 

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